Previsão de pacientes em tratamento das hepatites B e C no SUS para 2011
Conforme o envio trimestral de medicamentos efetuado pelo ministério da saúde é perfeitamente possível se conhecer a quantidade de pacientes em tratamento no SUS, seja no total Brasil ou em cada estado.
Feito o levantamento nos deparamos que na hepatite C o resultado está prejudicado devido a que até hoje o Departamento DST/AIDS/Hepatites não divulgou qual foi a quantidade distribuída aos estados no mês de junho (correspondente ao 3º trimestre de 2011). Também, não existe divulgação sobre a distribuição do interferon convencional ou da ribavirina.
O consumo de ribavirina é um dado fundamental que serve para checar e diagnosticar desvios no consumo do interferon. Continuaremos aguardando os dados. Não somente são totalmente necessários para que a sociedade civil possa fazer o controle social como são obrigatórios, conforme determina a Lei 8080.
No dia 12 de setembro a AIGA enviou Oficio ao Departamento DST/AIDS/Hepatites solicitando a publicação das informações, mas somente as referentes a hepatite B foram publicadas. Até hoje faltam os dados referentes a hepatite C.
Hoje divulgaremos o total consumido no Brasil e a preferência de cada medicamento na indicação por parte dos médicos. Nos próximos dias estimaremos a quantidade de pacientes em tratamento em cada estado.
HEPATITE C
Considerando os seis primeiros meses do ano podemos estimar que em 2011 um total de 10.530 pacientes receba tratamento com interferon peguilado.
A indicação médica conforme o medicamento deverá ficar em aproximadamente a seguinte grade:
Pegasys – 6.397 tratamentos (60,7%);
Pegintron 80 – 2.492 tratamentos (23,7%);
Pegintron 100 – 1.238 tratamentos (11,8%);
Pegintron 120 – 403 tratamentos (3,8%);
Interferon convencional – Dados não divulgados pelo ministério da saúde;
Consumo de ribavirina – Dados não divulgados pelo ministério da saúde.
HEPATITE B
Os dados na hepatite B são mais consistentes, pois estão publicados os referentes ao consumo dos primeiros nove meses de 2011. É possível estimar que estejam em tratamento da hepatite B aproximadamente 8.567 pacientes, assim distribuídos conforme a indicação terapêutica:
Entecavir – 2.579 tratamentos (30,1%);
Tenofovir – 2.481 tratamentos (28,9%);
Lamivudina 150 – 1.788 tratamentos (20,9%);
Adefovir – 1024 tratamentos (11,9%);
Lamivudina oral – 704 tratamentos (8,2%).
COMENTÁRIOS
Devo destacar o aumento na quantidade de pacientes em tratamento na hepatite B, aumento esse que está se consolidando nos últimos 2 ou 3 anos e que pode ser atribuído a que por ser o tratamento da hepatite B com medicamentos de uso oral, praticamente sem efeitos colaterais e com consultas em geral a cada 90 dias, não necessita de grandes investimentos na infra-estrutura de atendimento.
Em relação a hepatite C a situação é muito mais complicada. O aumento no número de tratamentos é mínimo nos últimos três anos devido a que a capacidade hospitalar para atendimento está praticamente esgotada. O paciente em tratamento da hepatite C necessita de uma atenção constante e demorada por parte dos profissionais de saúde.
Considero que no tratamento da hepatite C é necessário descentralizar o atendimento, em especial nos hospitais de referencia, os chamados de nível 3. Pacientes que não necessitam de tratamento ou que não responderem deveriam passar a ser atendidos em unidades de nível 2. Os centros de nível 3 deveriam ficar somente com os casos mais graves, isto é, aqueles com fibrose F3 ou cirrose.
Carlos Varaldo
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