domingo, 23 de outubro de 2011

Nova esperança para o para o tratamento da Hepatite C crônica é aprovada no Brasil


Nova esperança para o para o tratamento da Hepatite C crônica é aprovada no Brasil
Medicamento telaprevir aumenta as chances de cura em até 79% em pacientes infectados pelo genótipo 1 do vírus HVC. No Brasil, estima-se que dois a quatro milhões de pessoas tenham algum tipo de Hepatite C.
       
A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária - aprovou hoje o telaprevir (Incivo®), comercializado pela Janssen Farmacêutica, uma nova esperança para o tratamento de pacientes com hepatite C crônica. Trata-se de um antiviral de ação direta (DAA) da classe dos inibidores de protease, indicado para o tratamento de adultos infectados pelo vírus HVC de genótipo 1, em combinação com o interferon peguilado alfa eribavirina (terapia padrão atual). O medicamento já foi aprovado também pelo FDA (Food and Drug Administration) e pela EMA (European Medicines Agency).
O grande diferencial do novo medicamento, segundo os estudos clínicos de fase 3, é a redução pela metade o tempo de tratamento e aumento em até 79% as taxas de cura quando combinado com a terapia padrão atual. O telaprevir leva à negativação completa do vírus e a consequente interrupção da evolução da doença, suprindo uma falha no tratamento padrão (interferom peguilado alfa + ribavirina) em que apenas 40% a 50% dos pacientes são curados, de modo que a outra metade falha, e a hepatite C continua evoluindo, podendo levar à morte.
Considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um problema de saúde pública, a hepatite C crônica pode trazer consequências graves para os pacientes e para o sistema de saúde pública. Mais de 170 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus HVC em todo o mundo e muitos não sabem que têm a doença, o que revela a necessidade de aumentar a taxa de diagnóstico por meio da sorologia. No Brasil, estudos demonstram uma prevalência de 1% a 2% da população, com estimativa entre dois a quatro milhões de infectados.
Apesar de ser uma doença lenta e com sérias conseqüências, se o tratamento for eficaz, pode evitar o risco de morte em função dos danos no fígado tais como cirrose hepática, insuficiência e até mesmo o câncer de fígado.
A chegada dos antivirais de ação direta (DAAs) é a primeira inovação no tratamento da hepatite C em mais de 10 anos. “A importância do lançamento de telaprevir no Brasil pode ser comparada ao lançamento dos primeiros inibidores de protease para compor o coquetel antirretroviral contra o HIV, nos anos 1990, por exemplo. Sem dúvida, os DAAs vão oferecer aos pacientes muito mais oportunidades de cura”, afirma José Carlos Appolinário, diretor médico do Laboratório Janssen.
Outros diferenciais de telaprevir
A comodidade posológica do telaprevir é superior a outros inibidores da protease. Os ensaios que validaram o telaprevir permitem o tratamento mais curto. O esquema terapêutico do telaprevir é um diferencial importante principalmente em relação à adesão, pois os pacientes precisam utilizar o medicamento apenas nas doze primeiras semanas na combinação tripla. Associado a esse fator, outra vantagem é que os pacientes ficam menos expostos aos efeitos colaterais comuns a qualquer inibidor de protease: anemia, reações na pele (erupções e prurido), fadiga, náuseas e dor de cabeça.
Números da hepatite C no Brasil e no mundo
No mundo todo, aproximadamente 170 milhões de pessoas (2% a 3% da população mundial) estão infectadas pelo vírus HVC. No Brasil, o boletim epidemiológico de hepatites virais do Ministério da Saúde aponta, entre 1999 e 2009, 132.950 casos suspeitos notificados e 60.908 confirmados. Estudos brasileiros demonstram uma prevalência de 1% a 2% da população, com estimativa entre dois a quatro milhões de infectados.
Um dado de alerta, que também preocupa os médicos, refere-se ao fato de que mais de 50% dos infectados evoluirão para a forma crônica da doença e, destes, 25% terão cirrose hepática e/ou câncer de fígado. Para tornar a estatística mais clara, é bom saber que, no Brasil, 56% dos casos de câncer de fígado estão associados ao HVC, com taxa de mortalidade perto de 90% em grandes centros urbanos.
Exames necessários para descobrir a hepatite C genótipo 1 e presença de fibrose e/ou cirrose hepática
- sorologia (anti-HVC), se positivo ->
- PCR HVC RNA qualitativo, se detectável ->
- PCR HVC RNA quantitativo e genótipo para HVC ->
- se genótipo 1, monoinfectado -> biópsia hepática
- complementar a avaliação com exames de sangue, urina e ultrassom de abdômen.

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