sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Primeiros dados na vida real utilizando o Telaprevir e o Boceprevir no retratamento da hepatite C

Primeiros dados na vida real utilizando o Telaprevir e o Boceprevir no retratamento da hepatite C

O estudo CUPIC está sendo patrocinado pelo governo francês com total isenção. A decisão de utilizar um dos inibidores é exclusivamente do médico, sem nenhuma indução ou tendência para utilizar especificamente determinado medicamento nas diretrizes de tratamento (protocolo) nos hospitais públicos. Resulta numa verdadeira experiência na vida real que mostrará realmente nessa fase 4 a resposta terapêutica, os efeitos colaterais e adversos e, a segurança de cada novo medicamento. Todos os países do mundo deveriam copiar a iniciativa, dando assim segurança a sua população.

É interessante analisar o que está acontecendo na França com o tratamento da hepatite C utilizando os inibidores de proteases Boceprevir e Telaprevir, pois a experiência que eles estão conseguindo será muito valida para médicos e pacientes. Entre 15 de fevereiro de 2011 e 1º de setembro, em 51 clínicas e hospitais do país, foram acompanhados pelo estudo CUPIC um total de 430 pacientes com cirrose, em retratamento do genótipo 1. Foram incluídos na analise dos dados 310 pacientes que no dia 1º de setembro tinham completado 16 semanas de tratamento.

Um total de 176 pacientes com cirrose e não respondedores a um tratamento anterior foi retratado com a combinação de Telaprevir, interferon peguilado e ribavirina durante as primeiras 12 semanas e continuarão o tratamento até a semana 48 com interferon peguilado e ribavirina. Outro grupo de 134 pacientes com cirrose e não respondedores a um tratamento anterior receberam retratamento nas primeiras quatro semanas (lead-in) com interferon peguilado e ribavirina e, a partir da semana 5 foi introduzido o Boceprevir até completar 48 semanas de tratamento. A escolha do inibidor de proteases foi realizada pelo médico e os pacientes não foram randomizados, motivo pelo qual os dados servem como referencia, mas os dois grupos não podem ser comparados. Todos os pacientes eram cirróticos, com cirrose compensada (Child A).

Os dados resultantes na semana 16 do tratamento sugerem que a utilização do Boceprevir e do Telaprevir deverão ser “utilizados com cautela” e os médicos, pela segurança no controle dos efeitos adversos, “deverão realizar um monitoramento intensivo nos pacientes”. É importante lembrar que a conclusão do estudo será conhecer a resposta sustentada (cura da hepatite C) e conhecer a segurança e tolerabilidade dos inibidores de proteases, dados esses que somente estarão finalizados no segundo semestre de 2012.

Farei a seguir, para cada principal efeito colateral e adverso, a apresentação do que foi encontrado na semana 12 do tratamento, sem intenção de qualquer comparação.

1 – Características dos pacientes:

- O grupo tratado com Telaprevir era composto por 72% de homens e a idade média de todos os pacientes era de 57,4 anos.

- O grupo tratado com Boceprevir era composto por 71% de homens e a idade média de todos os pacientes era de 56,5 anos.

2 – Tempo de uso do inibidor de protease durante os atuais resultados:

- Os pacientes do grupo tratado com Telaprevir foram acompanhados em média durante 112 dias e receberam Telaprevir durante uma média de 85 dias.

- Os pacientes do grupo tratado com Boceprevir foram acompanhados em média durante 115 dias e receberam Boceprevir durante uma média de 84 dias.

3 – Bioquímica no inicio do tratamento:

- Neutrófilos de 3.100 mm/3, Hemoglobina de 14.5 g/dl e Plaquetas de 150.000 no grupo tratado com Telaprevir.

- Neutrófilos de 3.200 mm/3, Hemoglobina de 14.9 g/dl e Plaquetas de 140.000 no grupo tratado com Boceprevir.

4 – Genótipo presente:

- No grupo tratado com Telaprevir 56% apresentavam o genótipo 1-b e 43% o genótipo 1-a.

- No grupo tratado com Boceprevir 57% apresentavam o genótipo 1-b e 43% o genótipo 1-a.

5 – Carga viral antes do inicio do tratamento:

- A carga viral no grupo tratado com Telaprevir era em média de 5,9 log.

- A carga viral no grupo tratado com Boceprevir era em média de 6,1 log.

6 – Outros resultados antes do inicio do tratamento:

- O grupo tratado com Telaprevir apresentava um Tempo de Protombina de 88%, a bilirrubina total era de 15,5 e a albumina de 39,5 g/dl.

- O grupo tratado com Boceprevir apresentava um Tempo de Protombina de 85%, a bilirrubina total era de 14,6 e a albumina de 40,3 g/dl.

7 – Varizes:

- No grupo tratado com Telaprevir 19% dos pacientes apresentam varizes no esôfago.

- No grupo tratado com Boceprevir 28% dos pacientes apresentam varizes no esôfago.

8 – Resposta ao tratamento anterior com interferon peguilado e ribavirina:

- Respondedores parciais – 40% no grupo Telaprevir e 47% no grupo Boceprevir.

- Recidivantes – 43% no grupo Telaprevir e 29% no grupo Boceprevir.

- Respondedores nulos – 8% no grupo Telaprevir e 3% no grupo Boceprevir.

RESULTADOS PRELIMINARES SOBRE A SEGURANÇA DOS INIBIDORES DE PROTEASES ENCONTRADOS NO ESTUDO CUPIC

- Efeitos adversos sérios aconteceram em 51% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e em 29% dos pacientes em tratamento com Boceprevir.

- Aconteceram 228 efeitos adversos sérios em 90 pacientes em tratamento com Telaprevir e no grupo em tratamento com Boceprevir aconteceram 86 efeitos adversos sérios em 39 pacientes.

- Interrupções do tratamento por causa de efeitos adversos graves de 12% no tratamento com Telaprevir e de 6% no tratamento com Boceprevir.

- Mortes de 1,7% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e de 1% no tratamento com Boceprevir.

- Rash grave (grau 3), acometeu 6,8% dos pacientes tratados com Telaprevir e 0 (Zero)% nos pacientes tratados com Boceprevir.

- Infecção (graus 3 e 4) acometeu 3,4% dos pacientes tratados com Telaprevir e 0% nos pacientes tratados com Boceprevir.

- Outros efeitos adversos (grau 3 e 4) foram relatados em 52% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e em 32% no tratamento com Boceprevir.

- Anemia em grau 2 (entre 8,0 e menos de 10,0 g/dl) acometeu 33% dos pacientes tratados com Telaprevir e 31% nos pacientes tratados com Boceprevir.

- Anemia grave, inferior a 8,0 g/dl acometeu 13% dos pacientes tratados com Telaprevir e 6% nos pacientes tratados com Boceprevir.

- A eritropoetina foi utilizada em 55% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e em 52% dos pacientes tratados com Boceprevir.

- Transfusão de sangue foi necessária em 18% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e em 6% dos pacientes tratados com Boceprevir.

- Neutropenia em grau 3 (neutrófilos entre 50 e menos de 1.000 por mm3) aconteceu em 11% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e em 7% dos pacientes em tratamento com Boceprevir.

- Neutropenia grave em grau 4 (neutrófilos abaixo de 500 por mm3) aconteceu em 1% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e em 4% dos pacientes em tratamento com Boceprevir.

- A utilização da filgastrina foi empregada em 3% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e em 5% dos pacientes em tratamento com Boceprevir.

- A trombopenia em grau 3 (entre 25.000 e menos de 50.000 plaquetas) atingiu 15% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e 5% dos pacientes em tratamento com Boceprevir.

- A trombopenia grave em grau 4 (menos de 25.000 plaquetas) atingiu 7% dos pacientes em tratamento com Telaprevir e 5% dos pacientes em tratamento com Boceprevir.

MEU COMENTÁRIO:

Os dados são preliminares, pois os pacientes ainda se encontram em tratamento, mas já são possíveis de indicar para médicos e pacientes naquilo que deverão estar preparados para enfrentar durante o tratamento com os inibidores de proteases, servindo como base para começar a estudar como controlar e diminuir os efeitos apresentados.

Este artigo foi redigido com comentários e interpretação pessoal de seu autor, tomando como base a seguinte fonte:

REAL-LIFE SAFETY OF TELAPREVIR OR BOCEPREVIR IN COMBINATION WITH PEGINTERFERON ALFA/RIBAVIRIN, IN CIRRHOTIC NON RESPONDERS. FIRST RESULTS OF THE FRENCH EARLY ACCESS PROGRAM (ANRS CO20-CUPIC) - C Hézode1, C Dorival2, F Zoulim3, V de Ledinghen4, T Poynard5, P Mathurin6, D Larrey7, M Bourlière8, S Pol9, P Cacoub5, PH Bernard10, D Lucidarme11, Y Barthe2, H Fontaine9, F Carrat2, JP. Bronowicki12 pour le groupe CUPIC (ANRS CO 20) - HepDart - 04 to 08 december de 2011

Hôpital Henri Mondor, Créteil1, UMR-S 707, Paris2, INSERM U871, Lyon3, Hôpital Haut-Lévèque, Pessac4, Hôpital de la Pitié-Salpêtrière, Paris5, Hôpital Claude Huriez, Lille6, Hôpital Saint-Eloi, Montpellier7, Fondation Hôpital Saint Joseph, Marseille8, Hôpital Cochin, Paris9, Hôpital Saint André, Bordeaux10, Hôpital Saint Philibert, Lomme11, Hôpital de Brabois, Nancy12

Carlos Varaldo

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Existe futuro para os inibidores de proteases no tratamento da hepatite C?

Existe futuro para os inibidores de proteases no tratamento da hepatite C?

O tratamento do genótipo 1 da hepatite C passou a dispor de dois novos e revolucionários medicamentos, o Boceprevir e o Telaprevir, os quais chegam a duplicar a possibilidade de cura em pacientes nunca antes tratados podendo, em determinado grupo especifico de pacientes, aumentar em até 700% a possibilidade de cura para quem necessita de um retratamento.

Mas se os novos medicamentos chegam com boas notícias em relação à possibilidade de cura não podemos falar o mesmo sobre a forma de como devem ser utilizados e aos efeitos colaterais e adversos que podem acontecer, isso sem contar as limitações de sua utilização em pacientes que apresentam uma serie de outras doenças ou que fazem uso de determinados medicamentos.

Assim vemos que se por um lado revolucionam o tratamento e a possibilidade de cura, também, existe uma verdadeira e preocupante revolução na forma sobre como devem ser administrados, nos novos efeitos colaterais e adversos e na responsabilidade que o paciente passa a ter em relação à estrita aderência respeitando dosagens e horários.

Propositalmente dei a este artigo um titulo que corresponde a uma pergunta, pois será que existe futuro para os dois novos medicamentos ou eles terão vida curta? Sem duvida será uma revolução com muitos tiros e bombas, podendo acontecer que algum, ou os dois medicamentos sejam abatidos em poucos meses de vida, isto é, que as autoridades reguladoras os tirem do mercado. Vários são os fatores que poderão desencadear uma ação das autoridades resultando na retirada do mercado.

Acredito que a maioria dos médicos estará preparada e capacitada para a indicação dos medicamentos (consensos e protocolos em geral são rigorosos e o profissional de saúde deve se guiar por eles). Acredito, também, que receberam a correspondente atualização médica por parte das sociedades científicas e dos laboratórios.

Estou na torcida para que os novos medicamentos possam ser efetivos e úteis para a maioria dos infectados e que curem a maioria dos pacientes, mas existem duas situações que devemos prestar muita atenção, que muito me preocupam:

1 - O que acontecerá se os efeitos adversos e colaterais chegam a provocar uma elevada interrupção de tratamentos, resultando em percentuais de cura que não confirmem os alcançados nos ensaios clínicos realizados para conseguir a autorização de comercialização?

2 - Ou, nem pensar, se os efeitos adversos graves ocasionam algumas mortes?

São duas situações possíveis de acontecer, com muitas mais possibilidades do que possa imaginar qualquer departamento de marketing dos laboratórios.

É nesse ponto que mora o perigo. No “marketing”, que em alguns casos chega a criar expectativas e esperanças que colocam os novos medicamentos como milagrosos, como a salvação da pátria para pacientes e até para médicos.

De nada vai adiantar qualquer investimento em pesquisa, em divulgação, em capacitação médica continuada se no dia a dia do uso dos novos medicamentos começarem a aparecer problemas adversos difíceis ou impossíveis de manejar. Já dá para perceber que cada medicamento apresenta efeitos adversos muito diferentes e alguns deles os especialistas atuais em hepatites não possuem maior experiência. Efeitos tais que podem ir aparecendo devagar ou, que podem surgir de forma muito rápida e que os cuidados imediatos e certeiros devem ser aplicados em poucas horas.

Cabe em momentos assim que os departamentos médicos dos laboratórios e a própria diretoria dos fabricantes avaliem as ações de marketing e, devem pensar na melhor forma de capacitar profissionais da saúde, inclusive no nível de pessoal da enfermagem para saber reconhecer e diagnosticar os efeitos adversos.

Cabe ainda, com muita mais ênfase, educar e capacitar o paciente para que tenha total adesão às dosagens e horários dos medicamentos, a forma como eles devem ser ingeridos, a qual a refeição que deve acompanhar a ingestão dos inibidores de proteases e, a reconhecer qualquer aparecimento de algum sintoma adverso.

Não quero ser com este artigo um pássaro de mau augúrio, mas ao saber que nos Estados Unidos e na Europa aconteceram alguns (poucos) casos de morte de pacientes em tratamento, considero que por isso é necessário alertar. Em relação às causas das mortes ainda não podem ser todas elas atribuídas aos novos medicamentos. Estudos estão em andamento e brevemente saberemos os motivos.

Recebo e-mails de médicos e profissionais de saúde me felicitando pela divulgação constante de artigos sobre os inibidores de proteases e por ter criado uma seção dedicada a eles na nossa página, tentando explicar da melhor forma possível sobre como devem ser utilizados e sobre as limitações e problemas que ocasionam. Muito me orgulha tal reconhecimento, mas lembrem de que uma andorinha não faz verão. É necessário que todos, governo, sociedades médicas, fabricantes e associações de pacientes passem de forma imediata preparar e capacitar todos os que estarão envolvidos: médicos e pacientes. Mas vejo com preocupação que muito pouco está sendo feito.

Carlos Varaldo

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Os inibidores de proteases e a guerra de marketing dos fabricantes

Os inibidores de proteases e a guerra de marketing dos fabricantes


É evidente que o potencial de vendas e lucros a cada novo medicamento para hepatite C que aparece no mercado é formidável, não podendo ser diferente de acontecer com os inibidores de proteases Boceprevir e Telaprevir já que eles aumentam grandemente a possibilidade de cura para os infectados com o genótipo 1.

Por isso, pacientes, médicos e governos devem olhar com cuidado as informações que estão sendo utilizadas na guerra de marketing pelos fabricantes do Boceprevir e Telaprevir avaliando criteriosamente tudo o que está sendo colocado.

Em casos assim o Grupo Otimismo cumpre a função de alertar informando corretamente o que está acontecendo. Não somente alertamos quando o governo não atua corretamente, mas também devemos evitar excessos dos fabricantes, se bem ainda não estão acontecendo, mas para que sirva como um aviso saibam que se necessário for colocaremos a "boca no trombone". Somos um grupo de portadores atuando na defesa dos infectados e mais ninguém.

Ninguém coloca em duvida que estamos diante de dois medicamentos excelentes, a tal ponto que um fabricante não fala mal do concorrente. Seja em congressos médicos, seja em apresentações para sociedades científicas ou até na apresentação realizada consultório a consultório pelos representantes e visitadores o respeito em relação ao concorrente é total, atuando nesse sentido com total ética, seja pela MSD ou pela Vertex (Janssen em alguns países).

A diferença se encontra quando falam dos efeitos colaterais e adversos dos concorrentes, tentando explicar que o "outro" apresenta muitos mais efeitos, em especial os adversos, e que isso é muito ruim para os pacientes e de difícil manejo por parte dos profissionais da saúde.

Observei isso durante o congresso ASSLD 2011 e confirmo que virou rotina falar sobre os efeitos adversos, como se fosse uma vantagem competitiva alertar sobre o que o "outro" inibidor de proteases pode causar.

Quando estão se referindo ao Boceprevir (Victrelis) o alerta é sobre a anemia que ele pode causar ao potencializar o efeito da ribavirina. Ao se falar do Telaprevir (Incivek ou Incivo) o alerta é sobre o "rash" que provoca um problema que agrava a tradicional desidratação do organismo causada pelo interferon. (O "rash" é uma erupção cutânea).

Após isso começa uma ladainha de informações, segundo qual for a empresa que está falando em relação a seu medicamento, sobre a facilidade de tratar a anemia ou de tratar o "rash" e dos problemas graves que cada uma dessas condições podem causar.

De inicio pensei que isso era puro marketing barato, mas ao me aprofundar no assunto, não somente do lado da praticidade e experiência dos médicos em cuidar de um paciente anêmico ou de um com "rash" e, estudando inclusive projeções de consultorias do mercado de ações, vejo que realmente o pessoal de marketing acertou no foco com que deve se acertar o alvo para atingir o concorrente.

Pessoalmente estimo que o consumo de um ou outro inibidor de protease irá se estabilizar num período entre oito e doze meses. Ao inicio os médicos irão experimentar os dois e depois decidirão de forma individual por aquele que para ele for o mais pratico de acompanhar o paciente. No final de 2012 saberemos quem estará ganhando a guerra comercial, ou qual deles e o melhor desde o ponto de vista da praticidade para o atendimento dos pacientes por parte dos profissionais da saúde.

Carlos Varaldo

Causa indignação, a fala do Dr. Dirceu Greco, Diretor do Departamento DST/AIDS/Hepatites do Ministério da Saúde.

Causa indignação, a fala do Dr. Dirceu Greco, Diretor do Departamento DST/AIDS/Hepatites do Ministério da Saúde, ao declarar textualmente na matéria, o seguinte:

O diretor do Departamento também comentou a pressão para incorporação desses novos medicamentos via ações judiciais, considerando legítima a demanda dos pacientes, mas problematizando o uso dessa opção, que classificou como fruto de pressão dos laboratórios e como um desserviço de grupos da sociedade civil.

Incompreensível, é saber que o Departamento que Dr. Dirceu dirige, oferece convênios financeiros (com dinheiro da UNESCO, UNODC e UNAIDS) às ONGs (Organizações Não Governamentais) interessadas para estruturação de assessoria jurídica aos infectados. Contraditoriamente, o gestor não gosta e critica quando essas ONGs cumprem seu dever e alçam mão dos recursos legais (previstos na Lei) para conseguir medicamentos, aposentadoria ou quaisquer benefícios de direito do cidadão.

Perante tais manifestações parece que o importante é gastar o dinheiro da UNESCO, UNODC e UNAIDS, mas não é necessário fazer qualquer trabalho que beneficie diretamente ao cidadão.

As ONGs não poderiam ficar caladas ou omissas, seja informando os caminhos legais para conseguir o tratamento ou para se manifestar perante asa colocações efetuadas pelo Dr. Dirceu, pois se assim atuassem estariam, sim, prestando um desserviço. As ONGs que assinam este documento estão demonstrando publicamente que são as que realmente trabalham seriamente e honestamente na defesa dos infectados, sem interesse outro que não seja a defesa do paciente.

Perguntamos se: É um desserviço mostrar ao cidadão brasileiro os caminhos para cuidar da sua vida e para obter o tratamento que, constitucionalmente, tem por direito?

Perguntamos, ainda, se: Não constitui um desserviço maior, a existência de um departamento criado em 2002 e que passados nove anos só consegue tratar 11.000 pacientes/ano num contingente de infectados estimados em mais de três milhões?

Questionamos também se agravando a gravidade do problema: Não é vergonhoso que mais de 90% dos infectados ainda não foram diagnosticados e que por isso os casos com os quais nos deparamos estejam em estágios avançados e precisam recorrer à justiça para poder salvar essas vidas com os medicamentos mais eficazes?

Acusar as ONGs de trabalhar por pressão dos laboratórios é uma falácia!

O diretor do Departamento....De acordo com ele, o custo, associado ao tratamento oferecido atualmente (interferon peguilado + ribavirina) pode chegar a 25 mil reais por paciente/ano.

Questionamos também: qual a intenção ao informar um preço exagerado do tratamento atual de R$. 25.000,00 quando pelos custos do Ministério da Saúde a ampola de interferon peguilado está sendo paga na média de R$ 357,00 e a cápsula de ribavirina R$ 0,50, o que resulta num custo máximo em 48 semanas de tratamento de R$ 16.524,00.

Tais inverdades caracterizam um discurso pobre e insensível na tentativa de desprestigiar o movimento social. Pois, se existisse um único medicamento com eficácia e segurança em qualquer lugar do mundo, que tivesse sido pesquisado e descoberto por algum governo, certamente estaríamos lutando e apoiando para aumentar sua fabricação e distribuição.

Em contrapartida, não fossem pelas pesquisas dos laboratórios não existiriam alternativas além do chá de picão, simpatias e algumas orações.

Lutamos e defendemos o que pode curar doenças e salvar vidas nos importando com sua origem legítima, eficaz, segura e com comprovação científica. Acima de tudo, nos empenhamos voluntariamente em salvar vidas.

Não podemos entender as afirmações do Dr. Dirceu, em total dissonância com o que sempre é falado, publicamente, pelo ministro Alexandre Padilha ou pelo secretário Jarbas Barbosa (seus superiores). Ambos se posicionam, verdadeiramente, preocupados com a maior epidemia que assola o Brasil e são conscientes da importância do movimento social.

O posicionamento do Diretor do DST/AIDS/Hepatites demonstra que não está sendo seguida a intenção do Ministro Padilha.

Diante de tais fatos há que se refletir sobre: Quem poderia nesse caso estar prestando um desserviço ao portador de hepatite?

Poderia até serem funcionários do próprio departamento do MS (pagos com o dinheiro dos brasileiros) no momento em deixam de atender muitos pacientes. Sobretudo graves, com F2, F-3 ou F-4 e com indicação médica para tratamento. Pagar com a morte é muito caro ou não?

Estamos cientes da importância da fármaco economia, da nobreza da economia do dinheiro publico, nos resultados na boa aplicação dos recursos públicos, como também sabemos que: ninguém quer perder um parente, precocemente, afetado por uma doença grave que lhe atinge o fígado e que o governo muitas vezes se omite enquanto a constituição garante.

O movimento social como um todo defende os portadores, luta pela melhora da atenção à doença através do acesso de quem realmente precisa do medicamento específico em questão (e não de caixões de defunto). Muitos podem esperar, mas outros não podem.

Quem sempre deve avaliar e está qualificado para isso é o médico, somente ele.

Desclassificar o movimento social pela pseudo “pressão dos laboratórios a sociedade civil” (e não conseguir) é uma atitude, no mínimo simplista. A cooptação, quando existe é negativa em todos os aspectos pela parcialidade que pode proporcionar oriunda de qualquer lado, inclusive quando governamental, tanto a favor ou mesmo contra os pacientes.

Carlos Varaldo

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Difícil não ser a favor de novos medicamentos

Difícil não ser a favor de novos medicamentos




Geralmente gestores da saúde costumam fazer muito barulho diante da perspectiva de introdução no sistema público de novos medicamentos quando eles são de mediano ou alto custo. No caso dos novos medicamentos para tratamento da hepatite C, dificilmente esse barulho encontrará algum eco junto aos usuários ou ao poder judicial.

Mário Vargas Llosa no livro "La tentación de lo imposible" coloca que o bem e o mal não são algo rigidamente separado e reconhecível, mas são caminhos que se cruzam entre si e por vezes se perdem um do outro sem que seja possível distingui-los. É isso que está acontecendo nas argumentações esdrúxulas daqueles que acham que os inibidores de proteases para tratamento da hepatite C não devem ser oferecidos pelo SUS.

Pior ainda, quando propõem que sejam oferecidos somente aos pacientes considerados mais graves e em poucos locais de atendimento, achando com isso que estão sendo magnânimos e "bonzinhos", mas devem saber "Que fácil é ser bom. O difícil é ser justo". O tratamento de pacientes em estados avançados da doença apresenta índices reduzidos de cura, assim, a proposição de limitar pela gravidade do quadro ou negar o único tratamento que pode salvar vidas é uma das proposições mais injustas e de maior desperdício de dinheiro que podem ser feitas pelo sistema público da saúde.

Cedo ou tarde o Brasil terá que encarar o desafio da hepatite C. Postergar ou empurrar o problema com a barriga custará milhares de vidas e acarretará em custos futuros muito superiores aos que hoje acreditam estar economizando.

Estudo apresentado no inicio do mês no 62º Congresso da Associação Americana para o Estudo das Doenças do Fígado, em San Francisco, pelo prestigioso Hospital Henry Ford, analisou dados de 53.796 pacientes com hepatite C, sendo 41.858 (78%) sem cirrose e idade média de 49 anos, 3.718 (7%) com cirrose compensada e idade média de 51 anos, e 8.220 (15%) com idade média de 52 anos e já em fase final da doença hepática.

Os custos mensais no sistema de saúde foram 32% maiores nos pacientes com cirrose compensada que nos pacientes sem cirrose. Já os pacientes com cirrose descompensada em fase final da doença apresentaram uma despesa 247% maior que nos pacientes sem cirrose. No calculo não foram considerados despesas caso fosse necessária a realização do transplante para evitar a morte do paciente.

Fica demonstrado que a progressão da doença ocasiona ao governo um aumento exponencial em gastos com atendimento a saúde aos infectados com hepatite C que não recebem tratamento adequado nas fases intermediarias da progressão da doença, o que é inadmissível por se tratar de uma doença que possui um tratamento com alta percentagem de cura.

No Brasil é estimado que mais de três milhões de brasileiros estejam infectados cronicamente com hepatite C. O dado dramático é que 90% desses brasileiros ainda não foram diagnosticados e desconhecem que seu fígado está evoluindo silenciosamente para a cirrose, o câncer e provavelmente a morte. De cada quatro infectados não diagnosticados e tratados, um morre em média aos 56 anos de idade.

Acredito que o sincero objetivo de todo gestor público, de todos os médicos socialmente responsáveis e das sociedades científicas deva ser o de "curar" o doente com aquilo que for mais adequado. Não receitar o melhor e mais efetivo tratamento é negar a seu irmão o caminho da salvação.

Se forem necessários recursos para introduzir no sistema público de saúde os novos medicamentos e oferecer tratamento digno a aqueles que deles necessitam para salvar sua vida, cabe a todos, sem exceção, trabalhar e lutar para conseguir o dinheiro.

(*) - Carlos Varaldo

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Comentários e posicionamentos das ONGs sobre o informativo da SBH relativo aos inibidores de proteases

Comentários e posicionamentos das ONGs sobre o informativo da SBH relativo aos inibidores de proteases

Após discussão as ONGs que lutam pelo infectados com hepatite C no Brasil em relação ao Informativo nº 7 da Sociedade Brasileira de Hepatologia – SBH -, no qual se solicitava aos associados sugestões e opiniões e, tomando conhecimento do mesmo, as ONGs se vêm na obrigação de também se manifestar sobre o texto do informativo, já que os pacientes são diretamente os maiores interessados no assunto, assim, fazendo uso da VOZ DO PACIENTE seguem nossos comentários.

As ONGs representam os pacientes, os principais interessados em tudo aquilo que se relacione com uma maior possibilidade de cura, portanto, a VOZ DO PACIENTE deve ser ouvida. O paciente não é uma caixinha com vírus que pode ser tratada de qualquer forma, sem consultar o que ele deseja ou opina. Por tal motivo sem poder ser considerada uma critica e sim um posicionamento, fazemos publica nossa VOZ nos diversos pontos do texto da SBH.

No ponto “A” está colocado pela SBH que os inibidores de proteases são “moderadamente efetivos” no retratamento. Discordamos plenamente já que triplicar a atual possibilidade de cura com o retratamento passando de menos de 20% para até 60%, não pode ser considerado como “moderadamente efetivo”.

No ponto “B” está colocado pela SBH que o custo dessas medicações será elevadíssimo. Será que o custo do medicamento é superior ao custo de uma vida? O custo mensal do medicamento já aprovado não passa dos R$. 4.000,00 para o governo! Quanto custa a vida do paciente na visão da SBH?

No ponto “B” está colocado pela SBH que o “bom senso” recomenda o uso do “lead-in” na semana 4 do tratamento para saber se deve se continuar com a utilização do inibidor de proteases (Lead-In é a realização da carga viral na semana 4, que deve ser feita numa segunda-feira e ter o resultado em quatro dias). Cabem aqui três considerações para as quais não encontramos resposta:

1 - Será praticamente impossível no Brasil todo se conseguir o resultado da carga viral na mesma semana,

2 - Não existem ainda estudos científicos de consenso que recomendem isso quando utilizado o Telaprevir,

3 – Certamente o ministério não vai autorizar ‘’off label’’ tal procedimento.

O “lead-in’ é importante para diminuir custos já que aproximadamente 15% dos pacientes devido à redução da carga viral na semana 4 não necessitarão utilizar os inibidores de proteases, mas o Brasil é muito maior que algumas cidades da região Sul/Sudeste, assim, se torna necessário pensar o Brasil como um todo, com suas dificuldades e desigualdades regionais, onde a o resultado da carga viral será impossível de se conseguir em cinco dias.

No ponto “D” a SBH sugere que o tratamento com os inibidores de proteases seja realizado somente em hospitais de maior experiência e infra-estrutura (Centros de referencia). Sabe a SBH quantos pacientes estão sendo tratados nesses centros e, também, fora dos centros com maior experiência e infra-estrutura? Passaremos a ter pacientes de primeira classe atendidos nesses tais centros e de segunda classe, sem acesso ao tratamento quando atendidos em hospitais de menor porte? Médicos particulares estarão proibidos de tratar os pacientes nos seus consultórios?

No ponto “E” a SBH sugere não incentivar os pacientes a solicitar o tratamento por meio de ações judiciais. Não pode uma sociedade médica ignorar o direito pétreo constante na Constituição Federal que é o direito a saúde.

No ponto “F” está colocado pela SBH que os planos de saúde deveriam assumir os tratamentos, ponto esse em que concordamos plenamente. Mas é um tema cuja discussão levara anos devido a sua complexidade da legislação que regula a ANS e ao lobby das operadoras de saúde.

Cita o texto que a maioria dos pacientes é dependente de medicação paga pelo PODER PÚBLICO, definição de repudiamos, pois a medicação é paga com os impostos dos cidadãos brasileiros. Nenhum favor é feito pelo Poder Público ao tratar um paciente. Todos os brasileiros são associados de um plano de saúde chamado SUS e todos são obrigados a contribuir para seu financiamento, como tal, todos, sem distinção de situação econômica possuem o mesmo direito no acesso ao SUS.

Uma sociedade medica deve se manter apolítica, nunca poderia assumir tal tipo de posicionamento.

Cita o texto que não deve se perder de vista que o número de pacientes é grande e os recursos limitados, assim serão necessários “escolher” quais pacientes deverão ser tratados primeiro. Será isso uma escolha de Sofia?

Finalmente é colocado que entre as atribuições da SBH está a de assessorar o governo e tem feito seu papel. Em nenhum momento citam o que podem fazer pelos pacientes.

Alçando a VOZ DO PACIENTE as ONGs a seguir listadas colocam suas considerações lamentando o distanciamento da Sociedade Brasileira de Hepatologia em relação aos pacientes. Parece que o juramento de Hipócrates feito por ocasião da formatura, quando afirmaram sempre fazer o melhor para curar o paciente foi esquecido. Ao insinuar de não recomendar o melhor para curar o paciente os médicos estão sendo colocados em situação moral e ética conflitante com o Juramento.

Não cabe a uma sociedade ou ao médico avaliar o custo de um medicamento. Ele se necessário for para curar o paciente deverá o receitar, ficando o paciente responsável pelo acesso, seja vendendo sua casa para adquiri-lo ou se necessário for recorrer à justiça para que o direito constitucional seja cumprido.

Assinam, representando os pacientes e cidadãos brasileiros, as seguintes ONGs (em ordem alfabética por estado):

- BRASIL - REDLACVO+ - Rede Latino Americana e Caribenha de Ações Voluntárias no Combate ao HIV/AIDS – e-mail secretariogeral.redlacvo@gmail.com

- BRASIL – AMUCC - Associação Brasileira de Portadores de Câncer - Leoni Margarida Simm – e-mail margaridasimm@amucc.com.br

- BRASIL - Federação Brasileira de Hemofilia - Tania Maria Onzi Pietrobelli – Presidente - Fone: 55 54 3224.1004 / 55 54 9999.4855 / 55 54 8402.0984 –e-mail- hemofilia@terra.com.br

- BRASIL - Rede Nacional de Pessoas com Diabetes - Sergio Metzger - Coordenador Geral RNPD – e-mail sergiometzger@uol.com.br

- Brasil – AIGA – Aliança Independente dos Grupos de Apoio – e-mail aiga@aigabrasil.com

- BRASIL - FEMAMA - Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama – advocacy@femama.org.br

- AP – Amapá - Associação dos Hemofílicos do Amapá – e-mail oliveirafilho.claudionor@gmail.com - tel.(96) 3225-4115 / 9915-3630

- BA - Salvador - ATX-BA - Associação de Pacientes Transplantados da Bahia - Márcia Fraga Maia Chaves - Tel/Fax: (71) 3264-1334 - 9125-8581 - e-mail:atxba@hotmail.com - Associada a AIGA

- CE - Fortaleza - ACEPHET - Associação Cearense dos Pacientes Hepàticos e Transplantados - José Wilet Ferreira Ibiapina - Tel.085 - 30828125 - 86247308 - 99430460- e-mail: acephet@oi.com.br

- CE - Fortaleza - ABC VIDA - Associação Cearense de Portadores de Hepatite C - Francisca Agrimeire Leite - Tel.: (85) 3226.5461 – (85) 8848.6798 - e-mail:abcvida.ce@bol.com.br - Associada a AIGA

- CE – Fortaleza – ASPRECE - Associação dos Pacientes Renais do Ceará - Sebastião Sobreira – Tel. 85 - 85076731.

- CE – Fortaleza - Associação dos Hemofílicos do Estado do Ceará - e-mail: alexandrebezerra2011@hotmail.com.br Fone: 85 87603132

- CE – Fortaleza – GARCE - Grupo de Apoio aos Pacientes Reumáticos do Ceará – Marco Azevedo – e-mail marco.t.azevedo@hotmail.com

- MA - São Luis - Grupo UNA-C - de Apoio a Portadores de Hepatite C - Rosangela Eleres Cortez Moreira - Tel.: (98)3227 6877 - 9152 1681 - e-mail:rosangelaeleres@yahoo.com.br - Associada a AIGA

- MT – Cuiabá - Associação dos Hemofílicos e von Willebrand de Mato Grosso - Fone: (065) 3627-2933 - e-mail: ahevonmat@hotmail.com

- GO – Goiânia - ArtGay – Articulação Brasileira de Gays – e-mail articulacaobrasileiradegays@yahoo.com.br – Tel. (62) 9999 1818

- PA - Belém - APAF - Associação Paraense dos Amigos do Fígado - Benedito Ferreira de Almeida - Tel.: (91) 3751.3006 – 9148.6222 - e-mail: apaf13@yahoo.com.br - Associada a AIGA

- PA – Belém – Grupo Ellos – Associação Pela Livre Orientação Sexual – Elson Lourinho e Roberta Castro – Te. (91) 3233.7953 0n 8132.2179 – e-mail ellospara@hotmail.com

- PE – Recife - RNP+ PE - Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids - e-mail: rnp-pernabuco@yahoo.com.br - Telefone: (81) 99371290 - - Grupo Independente

- PR - Londrina - MegLon - Grupo Margarete Barella de Apoio aos Portadores de Hepatite de Londrina e Região - Telma Alcazar - Marly R. Alcazar - Michel Alcazar Nakad - e-mail: meglondrina@yahoo.com.br - Tel. (43) 3028-1884 – (43) 8831.3372

- RJ - Niterói - Grupo Gênesis de Apoio a Portadores de Hepatite de Niterói - Maria Cândida Pita - Maria Emília da Silveira Marinho - ntgenesis@gmail.com - Tel.: (21) 9895.1814 - 8824.0884 - Associada a AIGA

- RJ - Petrópolis - SOS VIDA - Grupo Assistencial SOS VIDA - e-mail sosvidapet@gmail.com

- RJ - Petrópolis - Grupo Hepato Certo de Apoio a Portadores de Hepatite C - Kycia Maria Rodrigues de Ó - Tel: (24) 2246.1450 – (24) 9997.5125 - e-mail:kiciamaria@uol.com.br - Associada a AIGA

- RJ - Rio de Janeiro - DOHE FÍGADO - Assoc dos Doentes e Transplantados Hepáticos/RJ - Tel. (21) 2577-6890 - dohefigado@ig.com.br - Margarida da Silva de Oliveira

- RJ - Rio de Janeiro - Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite - Carlos Varaldo - Paulo de Carvalho - Tel. Rio de Janeiro (21) 4063.4567 - São Paulo (11) 3522.3154 - e-mail: hepato@hepato.com - Associada a AIGA

- RJ - Rio de Janeiro - Núcleo Ação de Apoio e Defesa aos Direitos das Vitimas da Hepatite C - Luiz de Souza e Silva - Tel. (21) 8210.9926 - e-mail:luiz_esilva@yahoo.com.br

- RJ - Rio de Janeiro - ONG PRO-FÍGADO - Tel. (21) 9313-1035 - orgprofigado@bol.com.br - Carlos Roberto Cabral

- RJ - São Gonçalo - Grupo Amarantes de Apoio a Portadores de Hepatite C - Claudio da Silva Costa - Tel.: (21) 2712-6546 - 8635-0325 - e-mail:sg_amarantes@yahoo.com.br - Associada a AIGA

- RN - Currais Novos - APHECN - Associação dos Portadores de Hepatites e voluntárias de Currais Novos - José Almir Amaral do Rêgo - -Tel 84-3431-1203-84-32079480 -84-8832-2131. contato aphecn@hotmail.com - Associada ao MBHV

- RN – Mossoró - APHEMO Associação de Pessoas com Hepatite Virais- Neide Barros da Silva - Valter Silveira - Fone 84- 9643-6189- aphemo2@yahoo.com.br e neidebarroscristo@yahoo.com.br

- RN – Mossoró - GAV + - Grupo Aprendendo Viver Positivamente - e-mail: gavmomossoro@yahoo.com.br - Telefone: (84) 3316-2278 - Grupo Independente

- RN - Natal- GVC - Grupo Vencendo com Cristo de apoio as pessoas vivendo com hepatites virais, co-infecções e transplantes hepáticos - Neide Barros da Silva - e-mail gvcrn@yahoo.com.brr - Telefone 84-8808-5336

- RS – Caxias do Sul - Associação dos Hemofílicos da Região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul - Fone 54 3221.4747 - e-mail: ahemors@terra.com.br

- RS – Marau – AMHEC - Associação Marauense de Hepatite C - Maria Raquel Ebone – e-mail - amhecmarau@yahoo.com.br

- SC - BLUMENAU - Grupo Hercules Transplantes - Coordenadoria de Doações e Transplantes de Fígado: Fernando Cezar Pereira dos Santos - Olga Lúcia Viégas Marcondes - Tel.: (47) 8864.9880 - e-mail: astroblu08@gmail.com - Associada a AIGA

- SC - CHAPECÓ - Grupo Desbravador de Apoio aos Portadores de Hepatites Virais - Nestor Oselame - Gilberto Emilio Barella - Tel.: (49) 3323-9268 (res. à noite) - (49) 9919-1888 - e-mail: barella@epagri.sc.gov.br - hepatite@chapeco.sc.gov.br - Associada a AIGA

- SC - Florianópolis - Grupo Hercules de Apoio a Portadores de Hepatites Virais - Coordenadoria de Hepatites Virais: Anna Maria Gomes Haensel Schmitt - Tel.: (48) 9977.7187 – (48) 9959-7417 - e-mail: gru_hercules@yahoo.com.br - Associada a AIGA

- SC - Joinville - GRUPO SALVHE Solidariedade e Apoio na Lutas contra as Hepatites Virais - Jussara de Fátima da Silveira Morais - Sandra Mara Scherpinski - Fone: (47) 3028-7310/9144-5690 - grupo@gruposalvhe.org.br - sandrapinski@hotmail.com

SP – Americana - Grupo Perseverança de Apoio a Transplantados e Portadores de hepatites - Jorge Cristovão Greve Telefone 19 - 37138918 - e-mailperseverandogrupo@yahoo.com.br – Associado do MBHV

- SP - Araçatuba - Grupo ARAÇAVIDA de Araçatuba - Faustina Amorin da Silva - Célia Regina Carvalho Tavares - Tel. (18) 8113-6611 – (18) 81145212 / - (18) 3623-5988 - e-mail: famorin@ig.com.br - Associada a AIGA

- SP - Barretos - Grupo Direito de Viver de Apoio a Portadores de Hepatite C - Ubirajara Silva Martins - Tel.: (17) 3043-3312 – (17) 8113-5765 - e-mail:direitodviver@hotmail.com - direitoviver@ig.com.br - Associada a AIGA

- SP – Campinas - Associação dos Hemofílicos de Campinas e Região – e-mail: magnire@yahoo.com.br ou ahcampinas@gmail.com

- SP - Carapicuíba - Grupo Unidos Venceremos de apoio ao portador de hepatite C - Micheline Woolf - Tel: (11) 4169-7114 - 7640-4433 -unidos.venceremos@terra.com.br - Grupo Independente

- SP - Guarujá - Grupo Hepatos Guarujá - Ong de Apoio a portadores de Hepatites Virais - Odemir Batista da Silva - Tel:. ( 13 ) 3017-7602- e-mail:grupohepatosguaruja@yahoo.com.br - – Associada do MBHV

- SP – Limeira - Revendo a Vida Grupo de Apoio a portadores de Hepatites - Marlene Marchioni e Solange Dantas Ferrari - revendoavida@yahoo.com.br

- SP - Santos - Grupo Esperança de Apoio ao Portador de Hepatite C – Jeová Pessin Fragoso - Tel.: (13) 3221-2336 – 3222.5724 - ramal 243 e-mail grupoesperanca@hotmail.com grupoesperanca@grupoesperanca.org.br

- SP - São José do Rio Preto – ARTTs - Associação Rio Pretense de Travestis e Transexuais e Simpatizantes - e-mail: arttsriopreto@terra.com.br - Telefone: (17) 3231-2596 - - Grupo Independente

-SP - São José do Rio Preto - GADA Grupo de Amparo ao Doente de AIDS e Hepatites Virais - Júlio César Figueiredo Caetano - Tel.: (17) 3235-1889 e (17) 3234-6296 - e-mail: gada@terra.com.br - Associada a AIGA

- SP - São Paulo – ABPH - Associação Brasileira de Portadores de Hepatite -: Humberto Silva - Alexandre Ferreira - Tel.: (11) 3170-3285 - e-mail:contato@abphepatite.org.br - Associada a AIGA

SP – São Paulo - AGIST - Associação de Apoio aos Portadores de GIST, TNE e Tumores Raros – Lucas André Fernandes Soler – Tel. 3101-1110 – e-mail contato@agist.com.br

- SP - São Paulo – Espaço Girassol – Lucas André Fernandes Soler - Telefone/Fax: (11) 3101-1110 – e-mail lucas@espacogirassol.org.br

- SP- São Paulo - GRUPASP- Grupo de Pacientes Artríticos de São Paulo - Guiomar Monaco - Tel: ( 11) 5574-6438 / 5574-5996 - e-mail: grupasp@superig.com.br -grupasp@grupasp.org.br

- SP – Mauá - G.R.I.V. -Grupo Renascer de Incentivo a vida – Tel. (11) 3425-9257 e e-mail secretariamaua@espacosaude.org.br

- SP – São Paulo - Instituto Informe Câncer - Ana Luiza de A. Prado - Tel 11 3086 2896 - iza.a.prado@gmail.com

- SP – São Paulo – Instituto Oncoguia - Tiago Farina Matos - tiagomatos@oncoguia.org.br - Tel: (+ 55 11) 3053-6917

- SP - São Manuel - ONG C Tem que Saber C Tem que Curar de Apoio a Portadores de Hepatite C - Francisco Martucci - José Sylvio de Moura Campos - Tel.: (14) 3841.1031 – (14) 9671.2424 - e-mail: contato@ctemquesaber.com.br - Associada a AIGA