sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Preparando-nos para a iminente chegada dos inibidores de proteases


Preparando-nos para a iminente chegada dos inibidores de proteases


Já aprovados nos Estados Unidos e Europa, os inibidores de proteases Victrelis (Boceprevir) e Incivek (Telaprevir) estão paulatinamente sendo aprovados na maioria dos países.  É uma excelente notícia, mas confesso que pessoalmente estou altamente preocupado com o que poderá acontecer com os pacientes que venham a utiliza-los.  Isso porque estaremos frente a dois medicamentos excelentes, que aumentam grandemente a ansiedade e o desejo de utilização por ser a maior a possibilidade de cura nos infectados com o genotipo 1, mas existem dois pontos aos quais devemos ficar alertas e atentos, a saber:

1 – O paciente passa a ser mais importante que o médico ou o medicamento: A educação do paciente passa a ser o fator mais importante para  conseguir sucesso com o tratamento. O medicamento não faz milagres e vai depender da atitude do paciente em relação à adesão ao tratamento respeitando rigorosamente os horários das doses. Ou ele segue corretamente as indicações fazendo a sua parte ou perderá o tratamento;

2 – Cada um dos novos medicamentos possui um esquema terapêutico e efeitos colaterais e adversos muito diferentes.  Isso vai confundir os médicos menos experientes, os quais poderão cometer erros que irão prejudicar os pacientes.

Por tais motivos sou insistente escrevendo quase que semanalmente sobre os inibidores de proteases, mas diante a revolução que estaremos vivendo no tratamento do genotipo 1 da hepatite C nunca será demais falar e falar de forma continua e repetidamente, numa espécie de evangelização dos pacientes.  A informação é um excelente medicamento e os pacientes que estiverem bem informados evitarão erros, seguirão rigorosamente as indicações e assim conseguirão a cura da doença.

É necessário diagnosticar e tratar todos aqueles que necessitem tratamento e, de forma urgente oferecer retratamento a todos os que não conseguiram sucesso com o interferon peguilado e ribavirina.  São esses, os não respondedores os que considero serem os casos mais graves, aos quais inicialmente deveremos dar toda a atenção possível.  O retratamento deverá ser disponibilizado amplamente e a qualquer custo para os governos, caso contrario a saída para os pacientes será recorrer a justiça como única forma de preservar a vida.

Devemos lembrar que a explosão da bomba viral sobre a qual os governos ficaram tranquilamente sentados durante os últimos anos não somente se encontra com o pavio acesso, senão que ela já está explodindo.  Entre 1996 e 2006 os casos de câncer de fígado cresceram 20 vezes no mundo. Pior ainda, a hepatite C não somente provoca câncer no fígado, ela está associada  a outros distúrbios, como a diabetes, distúrbios proliferativos malignos como o linfoma não-hodgkin, depressão, distúrbios cognitivos, artrite e síndrome de Sjögren, só para citar alguns deles.

A partir da próxima semana uma nova seção estará disponível na nossa página onde tudo o referente aos inibidores de proteases estará disponível.  Com o nome deTRATAMENTO COM OS INIBIDORES DE PROTEASES o leitor estará sendo informado dos diferentes esquemas terapêuticos, dos efeitos adversos e colaterais e como os combater, da forma de se preparar para o tratamento, do que é necessário em relação a exames para acompanhar o tratamento, quem pode e não pode ser tratado. Em fim, a seção irá crescendo à medida que novos artigos relatando novas evidências sejam colocados. Estaremos solicitando aos médicos mais experientes que escrevam artigos para os pacientes.

Também, estamos estudando a possibilidade de poder oferecer a alguns pacientes a possibilidade de acompanhar o seu tratamento mediante gráficos comparativos e estatísticos, mas por enquanto é um projeto que estamos analisando a viabilidade e a possibilidade de patrocínio.

Mais um serviço de nossa página para informar o paciente e o auxiliar a conseguir sucesso com seu tratamento. Médicos experientes gostam que o paciente conheça sua doença e o tratamento, pois são os que seguem a risca as recomendações recebidas.

Carlos Varaldo

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